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Projeto de música no IAC transforma vidas de criança, jovens e idosos há quase cinco anos

Que a música é a combinação de ritmo, harmonia e melodia; como também uma manifestação artística e cultural de um povo, muita gente já sabe. Mas o que as pessoas pouco ou nada sabem é que a música é uma ferramenta poderosa para transformar vidas.

No mês em que se comemora o Dia Internacional da Música,  anualmente ( 1º de outubro),  conversamos com Philipe Victor, professor de música, do Projeto Vozes do Amanhecer, do  Instituto de Arte e Cidadania – IAC-CE. Composto por turmas:  infantil, para crianças de 6 a 13 anos; Infanto juvenil  de 14 a 17 anos e outra turma de idosos, o Vozes do Amanhecer prevê o estimulo à musicalização com o auxílio de instrumentos de cordas, sopro, percussão e voz, promovendo conhecimentos de sons, notas e partituras musicais. Destacam-se ainda as atividades lúdicas, dialógicas, reflexivas, proativas e socializantes que têm como foco principal a dimensão de uma vivência de paz.

Philipe Victor  conta que o projeto de música começou antes da Pandemia, em 2019, com aulas de flauta. E de volta às atividades, após os período pandêmico, introduziu o violão e em seguida o coral, para fazer jus ao nome Vozes do Amanhecer. “Para as crianças, nós fazemos muitas dinâmicas, com percepção rítmicas e teoria musical, com didática bem lúdica, já que as crianças têm uma certa dificuldade de segurar um violão por muito tempo, ainda. Para a turma dos jovens, devida a boa coordenação motora, já investimos mais com o violão. E os idosos, eles trazem  músicas que marcaram suas vidas, nós executamos aqui durante as aulas e eles cantam e esses momentos de lazer e entretenimento impactam positivamente na vida e no dia a dia deles”, explica, o professor.

A música melhora e, algumas vezes, transforma vidas, não apenas dos idosos do Projeto Vozes do Amanhecer, como conta Philipe Victor: “temos alunos que melhoraram muito na concentração dos estudos, como muitos pais me relatam. Alguns começaram a se socializar melhor em casa, com a família. E há casos de crianças que após o contato semanal com a música superaram algum trauma sofrido, anteriormente e isso só nos gratifica, pois os depoimentos comprovam que não só iniciamos essas crianças na música, como também ajudamos na vida prática e nas fases difíceis, como numa depressão, numa ansiedade”, conta, Philipe.

“Na nossa turma de jovens testemunhamos a mudança de um rapaz extremamente introspectivo: ele começou aqui usando um capuz preto, sempre de cabeça baixa, e muito resistente à socialização. Mas eu entendi aquele comportamento como um pedido de socorro, e acolhemos. Mas aos poucos, com algumas conversar didáticas, carinhosas ele foi se abrindo e as mudanças foram tão gritantes que ele hoje agradece e já está se sentiu motivado a participar de outros projetos como capoeira, karaté. Recentemente passou por uma capacitação, no Jovem Aprendiz, e atualmente está trabalhando. São esses exemplos  que  gente ver como IAC transforma vidas.  Todos que o conheciam comentam a transformação dele”, comemora o professor.

Na turma mais madura, de idosos, do Projeto Vozes do Amanhecer, o professor nos conta que alguns enfrentam preconceito da família de vizinhos, que questionam por que eles querem aprender nessa idade. “Isso nos deixa muito triste, mas mesmo assim nossos alunos não desistem, pois aqui eles encontram acolhimento, melhoram a autoestima, o amor próprio. E terminam sendo um cartão de visita, pois essas mesmas pessoas que criticam percebem como participar do Projeto Vozes do Amanhecer faz bem aos nossos idosos. Além do que, nossos idosos, diferente das  turmas mais jovens que preferem a MPB, nesses encontros dessa turma mais madura, há um encontro com a espiritualidade. Muitos deles nos conta as frustrações, o desejo de cantar e tocar violão quando eram mais jovens. E às vezes acham que devido a limitações físicas, não conseguem mais. Entretanto com a nossa metodologia simplificada que eu chamo de códigos numéricos pra música, esses alunos têm contato com a música de forma mais leve, sendo acessível tocar um violão, por exemplo, para alunos de 70 anos.  Tocam com habilidade e autonomia que surpreendem às pessoas que assistem.  E isso se dá porque aqui não desistimos do aluno,” explica, o professor.

Para finalizar é oportuno relembrar que cientistas da universidade de McGill, no Canadá. Após analisarem mais de 400 estudos sobre música, eles concluíram que ela aumenta a produção de imunoglobulina A e glóbulos brancos pelo corpo, responsáveis por atacar bactérias e outros organismos invasores. Além disso, escutar música reduz os níveis de cortisol (o hormônio do estresse) e aumenta os níveis de oxitocina (o hormônio do bem-estar). Uma atividade que faz bem para o corpo, a mente e o espírito.

Para mais informações sobre os projetos do  IAC_CE acesse o site (www.iacce.org.br/), Instagram (@iac.ce) ou telefone: 3235-6683

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