Na noite do dia 29 de abril de 2025, o Instituto de Arte e Cidadania do Ceará (IAC-CE) realizou, no Cuca do Pici, sua 1ª Amostra de Dança em comemoração ao Dia Internacional da Dança. O espetáculo autoral Ecos da Entropia foi um mergulho profundo na complexidade da existência, conduzido com intensidade e sensibilidade pelos alunos do Instituto.
Mais do que uma apresentação, o espetáculo foi uma celebração da natureza humana em toda a sua pluralidade. Luz e sombra, fogo e água, terra e ar, dia e noite — os contrastes se encontraram no palco para dar corpo a emoções como amor, raiva, esperança, solidão e aceitação. Ecos da Entropia nos lembrou que o caos também é transformação, beleza e movimento.
“Começamos com apenas duas turmas. Chegar até aqui, com tanta gente envolvida e uma parceria tão especial, é profundamente gratificante”, compartilhou Jéssica Façanha, professora de balé do IAC-CE desde 2018. Em uma narrativa que atravessou o conflito e a harmonia, o espetáculo nos convidou a refletir: aceitar as diferenças é o que nos equilibra. A entropia, longe de ser o fim, é o princípio que move a vida.
A dança que transforma por dentro
Mais do que passos e coreografias, a dança no IAC-CE tem sido uma força de transformação profunda na vida de adolescentes que encontraram no balé e no jazz um espaço de acolhimento, identidade e superação. Entre ensaios, trocas e descobertas, elas desenvolvem não só técnica, mas também confiança, sensibilidade e autoestima. Para muitas, as aulas se tornaram um ponto de virada — um lugar onde corpo e emoção se alinham, onde o palco é também abrigo, e onde crescer significa dançar a própria história com coragem.
Os depoimentos de alunas que vivem essa experiência de dentro mostram com clareza o quanto a arte, quando acessível e bem conduzida, pode mudar realidades. A seguir, três vozes que traduzem em palavras aquilo que pulsa nas salas do IAC-CE todos os dias:
Indira Sara, 21 anos, aluna de balé e instrutora de desenho e pintura no IAC-CE: “Eu comecei as aulas de balé em outubro de 2023 e desde então não parei. Ensaiamos muito — além das aulas de segunda e quarta, nos reunimos à noite, na sexta, no sábado. Estávamos muito em sintonia, com vontade real de entregar algo bonito. Misturamos nossa entrega com a técnica que aprendemos. Foi um espetáculo contemporâneo, mas com base no que a gente vem construindo em cada aula. Saí de lá grata e feliz com o resultado.”
Ana Luisa, 18 anos, aluna da turma técnica de balé:
“Entrei no IAC em 2019, começando no jazz. Hoje faço parte da turma técnica de balé, e essa experiência tem sido transformadora. O ambiente é acolhedor, os professores são incríveis, e a dança virou uma forma de expressão e crescimento pessoal. Sinto que evoluí muito tecnicamente, mas também como pessoa. Fazer parte do IAC é mais do que só dançar — é viver momentos de alegria, superação e conexão com pessoas que compartilham a mesma paixão.”
Beatriz Rodrigues, 12 anos, aluna desde os 6:
“Tudo começou em outubro de 2019, quando eu tinha apenas 6 anos. Hoje sigo no balé e não consigo nem explicar o quanto isso é importante pra mim. Eu amo as aulas da tia Jéssica, são maravilhosas! Ela é uma mulher que eu admiro muito, é uma professora perfeita. No balé, aprendi várias coisas e comecei a entender outras também. Eu indico muito o balé — principalmente com a professora Jéssica Façanha.”
Que este espetáculo continue ecoando em todos nós — como um convite à escuta, à empatia e à dança das nossas próprias contradições. No IAC_CE, dançar é também transformar: um corpo, uma história, uma comunidade inteira em movimento.
Sinopse do Espetáculo – Ecos da Entropia
No limiar entre o caos e a harmonia, os elementos primordiais — Luz e Sombra, Fogo e Água, Terra e Ar, Dia e Noite — lutam contra suas naturezas contraditórias para encontrar sentido na existência. Cada elemento carrega sentimentos humanos profundos, como amor, solidão, raiva, esperança e resignação.
Em um mundo que parece destinado à desordem, a entropia não é apenas o destino inevitável, mas também a essência que move e transforma tudo.
Ao longo do espetáculo, os bailarinos exploram essas relações improváveis e deixam uma mensagem poderosa: o caos é parte da beleza da vida, e a aceitação das diferenças cria um equilíbrio único e impactante.
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